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Para Fernando Henrique Cardoso, quando um governo deixa de acreditar na importância do meio ambiente, é o momento da sociedade despertar e lutar

5 de junho de 2019

No Dia do Meio Ambiente, Fundação SOS Mata Atlântica divulga fala de ex-presidente da República em prol do meio ambiente

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso participou de evento da Fundação SOS Mata Atlântica, em São Paulo, onde cerca de 300 pessoas entre autoridades, empresários e representantes da sociedade civil, puderam ouvir a preocupação do ex-presidente com o cenário atual para as políticas socioambientais brasileiras.

Para ele, em momentos difíceis como esse, a sociedade não pode desaminar, mas gritar mais forte que é a favor do meio ambiente. O ex-presidente da República ainda ressaltou que não precisa ser muito sábio para entender que preservar o meio ambiente é garantir as condições de vida no planeta.

Para explicar seu posicionamento, fez uma breve análise histórica, demonstrando como o conhecimento sobre meio ambiente foi evoluindo com o passar do tempo, tendo como início a década de 1970, quando aconteceu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia. “Durante alguns anos pensava-se que a vocação do Brasil era o crescimento a qualquer custo e que poluição era o símbolo do crescimento – representado pelas fábricas –, mas isso anos mais tarde se viu como um desastre. A partir deste momento ampliou-se essa consciência de que não é assim, que é preciso preservar e respeitar o meio ambiente – fácil de falar e muito difícil de se concretizar. Mas já sabemos que é possível compatibilizar crescimento e desenvolvimento, prestando a atenção na sustentabilidade“, destacou o ex-presidente.

O papel do Brasil no cenário internacional também foi destacado por Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, aqui o tema ambiental era tomado em consideração pelo poder público, crescendo com a ideia de que as decisões deviam ser permeadas com consciência ambiental e participação social, principalmente nas questões ambientais.

“Isso infelizmente está em perigo no Brasil, porque se vêem declarações preocupantes do ministro do Meio Ambiente, como é o caso do Fundo Amazônia“, declara ele, que reforça. “Em um país do tamanho do Brasil, o poder público isolado não faz nada, ele precisa da sociedade“, acredita.

“Parece descabido a essa altura isso acontecer no Brasil depois de tudo que fizemos – pois avançamos muito –, sermos desrespeitados, pelo fato de que o Brasil, que tinha uma imagem internacional, apesar de toda a destruição, por ter uma certa preservação, agora recuar“, lamenta o ex-presidente.

“É o momento da sociedade despertar, sacudir a poeira e dar a volta por cima e lutar para mostrar o óbvio. Que hoje em dia não podemos deixar de lado a questão ambiental“, destaca ele. E ressaltou: “Não há outro modo a não ser na organização da sociedade. Pensar que os governos sozinhos vão resolver, não vão. Eles vão ser pressionados por todos os lados, ter que tomar decisões muitas vezes às pressas e não vão ter condições se não houver um certo apoio, mais que apoio, exigência de parte da sociedade“.

O ex-presidente da República finalizou reforçando que “a preservação da Mata Atlântica significa preservação das condições de vida, que estão realmente ameaçadas“. “Não precisa ser muito sábio para saber que efetivamente é assim. Eu posso tomar uma providência ou extinguir as condições de sobrevivência da espécie humana e de todas as outras. Não podemos permitir. O momento é difícil, mas não podemos desaminar e sim gritar mais forte que somos a favor do meio ambiente“, finalizou.

Para o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Pedro Passos, a organização sempre foi um instrumento para transformar o Brasil com diálogo, liberdade de expressão e poder de associação com a sociedade civil. “Sempre lutamos, tivemos muitas vitórias e derrotas, mas tudo sempre dentro da regra do jogo. Agora, vemos um desprezo ao que foi construído. Uma política que destrói conquistas e, pior, sem saber ou apresentar o que vai colocar no lugar. Isso preocupa“, finalizou o empresário.

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