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Direto de Bariloche: encontro binacional sobre concessão em parques

3 de outubro de 2007

Direto de Bariloche: em encontro binacional, gestores argentinos relatam experiência de concessões em parques

Nesta terça-feira (2 de outubro), um encontro binacional promovido paralelamente ao 2º Congresso Latino-americano de Parques Nacionais e Outras Áreas Protegidas, em Bariloche, na Argentina, reuniu gestores dos parques argentinos e brasileiros para discutir as concessões de serviços, bastante desenvolvida no país vizinho e ainda embrionária no Brasil. A iniciativa, liderada por Mario Mantovani, diretor de mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, reuniu representantes de ONGs como a Conservação Internacional, a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), o Gambá-Bahia, integrantes do Ministério do Meio Ambiente no Brasil, do Ibama, do Instituto Chico Mendes, do Parque Nacional do Itatiaia, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo e outras áreas protegidas brasileiras.

“Há quatro anos trocamos experiências com os Parques Nacionais da Argentina no Fórum Interamericano de Turismo Sustentável, realizado na Adventure Sports Fair, no Brasil”, comenta Mario Mantovani. “Acredito que a forma como os parques argentinos aproximam a sociedade da natureza seja a chave para o sucesso desta iniciativa. No Brasil, falta percebermos que os parques são de todos. Vamos, agora, continuar acompanhando o desenvolvimento desta integração binacional”.

“Temos um convênio firmado entre o Ministério do Turismo brasileiro e a Secretaria de Turismo argentina e no dia 12 de novembro teremos a primeira visita técnica aqui, com a participação também do Ibama, do Instituto Chico Mendes e da Abeta (Associação Brasileira de Turismo de Aventura)”, informa Jaime Rios, da Secretaria de Turismo.

A Argentina tem cerca de 35 parques e 700 serviços comerciais habilitados dentro deles. 40% destes serviços estão no Parque Nacional Nahuel Huapi, localizado em volta de Bariloche. Entre os demais parques nacionais, há alguns com muitos serviços também, outros apenas com uma pequena concessão e outros sem serviço algum. “Desde 1940 há concessões em parques na Argentina, que começam com pequenas autorizações de transportes e serviços até grandes empreendimentos”, relata Guillermo Martin, diretor de aproveitamento de recursos da Administração de Parques Nacionais.

As concessões para a comercialização de serviços dentro dos parques podem ser realizadas por licitações detalhadas aprovadas pelo órgão ou aprovações mais diretas e rápidas, dependendo da característica e do porto do serviço em questão. As autoridades acatam o princípio de precaução e quando há uma atividade turísticas em um novo local, como rafting em um rio antes não explorado, mantém as concessões bem limitadas e vão acompanhando o desenvolvimento até que se possa ampliar. Os guias turísticos devem ser certificados e depois são também habilitados pela Administração de Parques Nacionais.

“Quando surgiram novas exigências, as próprias empresas passaram a preparar os guias”, afirma Ismael Paez Britos, da Huala Turismo Aventura, empresa autorizada a oferecer passeios de rafting em um dos parques. “É um sistema bastante interessante porque funciona para todos os envolvidos: parques, prestadores de serviços… As empresas criaram também uma forma de auto-controle para evitar erros. Se há erros, resolvemos entre nós. As reservas também têm um sistema unificado, então o intendente do parque sabe quantas pessoas estarão no rio no dia seguinte e quem é responsável por cada um desses turistas.”

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