Maria Guimarães e Aline Resende, vencedoras nas categorias Impresso e TV
Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica comemora dez anos e anuncia vencedores
Primeiros colocados nas duas categorias, jornalistas da Revista Pesquisa Fapesp e Rede Minas de Televisão participarão da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP16), no México
Na noite de ontem (01/09), a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica (parceria entre as ONGs Conservação Internacional (CI-Brasil) e Fundação SOS Mata Atlântica) anunciou os vencedores do 10º Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica. As reportagens de Maria Guimarães e Aline Resende de Carvalho veiculadas, respectivamente, na Revista Pesquisa Fapesp e na Rede Minas de TV, foram as vencedoras do primeiro lugar nas categorias Impresso e Televisão. Na ocasião, cerca de 300 jornalistas, ambientalistas e parceiros das ONGs participaram da cerimônia, apresentada voluntariamente por Felipe Solari (do Programa Legendários), na Pizzaria Bendita Hora, em São Paulo. “Comemorar 10 anos e ver o processo de mudança do entendimento da questão ambiental pela imprensa nesse período é interessante, isso ajuda na conscientização da sociedade”, afirma Marcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da Fundação SOS Mata Atlântica.
Os vencedores em cada categoria integrarão a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP16), que acontece em novembro deste ano, em Cancun, no México. Eles participarão junto com os vencedores dos outros países onde o Prêmio é realizado. Os segundos e terceiros colocados em cada categoria receberam R$ 5.000 e R$ 2.500, respectivamente. “Os jornalistas são nossos maiores parceiros, pois têm a difícil missão de tornar compreensível a temática ambiental pra a sociedade. São questões complexas, nomes complexos. Nós lidamos com acadêmicos, especialistas e vocês atingem o grande público. O prêmio é um momento que temos para reconhecer esse trabalho”, afirmou Fábio Scarano, diretor executivo da Conservação Internacional (CI), durante a premiação.
No Brasil, o prêmio tem patrocínio do Bradesco Capitalização e apoio do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e da Federação Internacional de Jornalistas Ambientais (IFEJ). Este ano o Bradesco Capitalização estreou como patrocinador exclusivo do Prêmio e no evento de entrega, o diretor-presidente da empresa, Norton Glabes Labes, falou sobre a parceria. “O trabalho dos jornalistas é fundamental para a preservação do meio ambiente. Não apenas para hoje e para nós, mas para as futuras gerações que vão agradecer a conscientização que eles lutam e procuram passar em seus trabalhos”, parabenizou.
Nesta edição, o prêmio teve 62 inscrições na Categoria Impresso e 35 na categoria Televisão, com participantes de 11 Estados. Ao todo, 12 prêmios foram concedidos para 11 jornalistas, sendo quatro menções honrosas para a categoria Impresso e duas para Televisão e troféus para os três primeiros colocados. Os troféus entregues para os três primeiros colocados em cada categoria foram criados pela designer Karina Castardelli, da Sapiens Design Consciente, em parceria com a artesã Marina Nader. O formato é inspirado nas árvores de ipê e os materiais utilizados são algodão orgânico fiado e tecido artesanalmente, tingidos com açafrão e cochonilha. O tronco é feito de madeiras de redescobrimento encontradas caídas na natureza com a ajuda do artesão Gustavo Dias.
Na categoria Impresso, a 10ª edição foi avaliada por Adalberto Marcondes (diretor da Agência Envolverde), Ilza Maria Tourinho Girardi (professora associada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Patrícia Palumbo (jornalista da Rádio Eldorado), Paulo Lyra (mestre em Comunicação, atualmente no Programa de Comunicação para Prevenção da AIDS da OPS) e Ricardo Ribeiro Rodrigues (professor doutor da Esalq/USP).
Os vencedores são:
Categoria impresso
1º lugar: Maria Guimarães, da revista Fapesp, de São Paulo, com a reportagem “Jardineiras fiéis” que trata da interação entre as formigas e as sementes de algumas árvores;
2º lugar: Maria Guimarães, da revista Fapesp, de São Paulo, com a reportagem “O futuro da natureza” que fala das projeções feitas por pesquisadores preocupados com as transformações no clima;
3º lugar: Dimas Marques, da revista Horizonte Geográfico, de São Paulo, com a reportagem “Essa floresta tem dono” sobre o papel das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) na proteção dos remanescentes de Mata Atlântica.
Menções honrosas para:
Na categoria Impresso uma jornalista ganhou dois prêmios, o de primeira e segunda colocada. Isso porque os jurados leem as matérias sem o nome dos autores, avaliando apenas o conteúdo e a qualidade do texto. “Agradeço a minha equipe e minha família pelo apoio que têm me dado. E ao pesquisador, Claudio Ribeiro, da Unicamp, que na sala dele, me fez fazer um ‘passeio’ fantástico de como as formigas auxiliam a semear a floresta”, afirmou Maria Guimarães, da revista Pesquisa Fapesp vencedora e segunda colocada da categoria.
Categoria Televisão
1º lugar: Aline Resende de Carvalho, da Rede Minas de TV, com a matéria: Mata Atlântica: espécies ameaçadas;
2º lugar: Beatriz Castro, da TV Globo, com reportagem da série Biomas;
3º lugar: Claudia Tavares, da TV Cultura, com a matéria: Piaçava sustentável.
Menções honrosas para:
Nesta categoria os jurados foram Denise Rambaldi (secretária geral da Associação Mico-Leão-Dourado), Francisco César Filho (cineasta, criador e organizador da Mostra do Audiovisual Paulista), Luciano Candisani (fotógrafo especializado em meio ambiente e conservação), Sérgio Túlio Caldas (jornalista, escritor e roteirista), Flavia e Haroldo Castro (criador do Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade, fotógrafo, jornalista e diretor de documentários). “Já disseram aqui que nós jornalistas somos um nó na luta pela conservação ambiental, mas existe uma ponta, que dedico esse prêmio, que são os pesquisadores e especialistas que estão na linha de frente para preservar a Mata Atlântica”, disse Aline Resende de Carvalho, da Rede Minas de TV.
Todas as reportagens inscritas nos 10 anos do Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica ficam disponíveis no portal www.premioreportagem.org.br.
Aliança para a Conservação da Mata Atlântica
Parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional, a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica existe desde 1999 e tem como principais atividades o Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Mata Atlântica) e o Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata Atlântica.
Mais informações sobre o Prêmio: www.premioreportagem.org.br