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CONECTIVIDADE

Na Mata Atlântica, que abrange 17 estados brasileiros, nasceram e cresceram cidades como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Essa floresta já traz em seu nome o vínculo com o mar. É partindo da costa do Oceano Atlântico que a Mata avança Brasil adentro, interagindo com diferentes ambientes e assumindo feições variadas.

Grande parte da zona costeira do país mantém uma forte relação com essa floresta. Dos estados em que a Mata Atlântica está presente, 14 são banhados pelo Oceano Atlântico: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, e Piauí. Apenas os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais não se limitam com o Atlântico.

As áreas de interface entre a Mata Atlântica e o ambiente costeiro apresentam ecossistemas como florestas, manguezais, dunas e restingas, o que aliado aos bancos de corais e arrecifes marinhos, caracterizam uma riqueza de biodiversidade e de recursos naturais, além de paisagens que proporcionam um grande potencial turístico.

A interação entre o mar e a floresta é responsável pela beleza e riqueza natural de muitas cidades, incluindo de capitais, como o Rio de Janeiro, a cidades turísticas famosas, como Trancoso (BA).

TUDO CONECTADO

Inúmeras interações físicas, biológicas e biogeoquímicas acontecem entre os ambientes marinhos, costeiros e florestais.

Os manguezais são exemplos de ambientes que revelam essa conectividade, que mostra que o azul das águas depende do verde das florestas, e vice-versa. Esses ambientes servem de local de alimentação, berçário e reprodução para muitas espécies que vivem no mar.

RIQUEZA AMEAÇADA

As alterações que estão ocorrendo nos oceanos são motivo de grande preocupação mundial.

Os poluentes são uma das grandes ameaças a mares e oceanos. A contaminação das águas ocorre por diversas fontes como resíduos de atividades industriais e de agricultura esgoto doméstico não tratados, lixo terrestre, etc.

Entre as causas da perda de biodiversidade e da diminuição dos estoques pesqueiros no mar estão a poluição do ambiente marinho; a realização da pesca desordenada e em escala industrial, sem respeito às legislações existentes e aos ciclos de renovação das populações de peixes, crustáceos e outros animais; a perda de habitat, pela ocupação de áreas costeiras pela aquicultura e devido ao crescimento urbano, industrial e turístico; etc.

Esses fatores, aliados às mudanças climáticas, acentuam a ameaça à sobrevivência de diversas espécies e coloca em risco toda a cadeia alimentar pesqueira e os serviços ambientais prestados pelo mar e pela costa.

O Brasil protege aproximadamente 25% de seus ambientes costeiros e marinhos, que inclui dunas, restingas, ilhas, manguezais, entre outras, em unidades de conservação, mas corre perigo. Diversos ecossistemas presentes nos 8.000 km de nosso litoral têm sua sobrevivência ameaçada devido à ocupação desordenada, à poluição, ao desmatamento, entre outros problemas. Com cerca de um quarto da população nacional vivendo na faixa litorânea do país, seu modo de vida pode ser profundamente alterado pelas mudanças climáticas, em especial 4 milhões de famílias que dependem economicamente dos recursos marinhos, de forma direta se nada mudar

Assim, é fundamental construir um modelo que concilie a conservação ambiental marinha, atividades econômicas sustentáveis no mar e na costa e a conservação do patrimônio cultural das populações costeiras.

O primeiro passo para isso é fortalecer a legislação que protege o mar, que normatiza o saneamento e que regula o descarte de lixo, poluentes e atividades de impacto.

Uma ação importante neste sentido será a aprovação do Projeto de Lei do Mar (6.969/13), que prevê o equilíbrio entre o uso e conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos.

Além disso, é essencial ampliar e fortalecer as áreas marinhas protegidas que, entre outras funções, protegem locais de reprodução de espécies marinhas importantes para a biodiversidade e para a economia.

Floresta e Mar: nosso Verde também depende do Azul

A vida na Terra começou nos oceanos, e ela depende dos oceanos. A saúde de todos os seres vivos está diretamente relacionada com a saúde dos oceanos.

Um oceano saudável reflete um planeta sustentável e é essencial para o nosso bem-estar e o das gerações futuras.

Os oceanos cobrem cerca de 71% da superfície da terra e são fundamentais para a vida – pois fornecem alimento, lazer, energia, além de serem imprescindíveis para a estabilidade climática, dentre outros benefícios.
No Brasil, cerca de 42 milhões de habitantes – um quarto da população nacional – vivem na faixa litorânea do país.

– Com mais de 8 mil km de costa, o Brasil é o segundo maior país em extensão litorânea na América Latina.
– Em seu litoral, estão cerca de 2/3 da população do país e 75% dos centros urbanos.
– A Zona Costeira da Mata Atlântica é uma área de transição entre ecossistemas terrestres e marinhos. Ela se caracteriza por belíssimos e importantes ambientes, como as praias arenosas, falésias, dunas, estuários, recifes, matas de restinga, manguezais, entre outros.
– Esses ecossistemas, quando bem conservados, fornecem alimento, promovem a regulação do clima e da qualidade da água, entre inúmeros outros benefícios. Abrigam também uma riqueza de formas de vida.

ECONOMIA AZUL

saúde dos oceanos também é importante para uma das principais atividades econômicas do país, a pesca, que fornece mais de 15% da ingestão de proteína animal.

Toxinas de algumas espécies marinhas podem produzir drogas anticâncer e outros medicamentos. E atividades como o turismo e transporte também são viabilizadas pelos ecossistemas costeiros e marinhos.

Além dos benefícios para a economia, e de acolher uma ampla variedade de seres vivos, os ecossistemas costeiros e marinhos proporcionam produtos e serviços essenciais à sobrevivência humana, como alimentos, manutenção do clima, purificação da água, controle de inundações e proteção costeira e ainda a possibilidade de uso recreativo e espiritual.

Segundo alguns economistas, esses serviços podem ser valorados em 14 bilhões de dólares anuais.

Áreas costeiras e marinhas bem conservadas contam com uma diversidade biológica muito maior e seus ecossistemas prestam serviços muito mais diversos e efetivos.

Outras atividades relacionadas ao mar são essenciais para o Brasil, como o comércio exterior, que tem na via marítima seu principal meio de transporte. Em 2011, o volume exportado por essa via representou 96% do total em peso.

É do subsolo marinho que o Brasil retira a maior parte de sua produção de petróleo e gás. Tal ambiente também é promissor para outros recursos minerais, entre os quais nódulos e sulfetos polimetálicos, crostas manganesíferas, hidratos de gás e crostas de cobalto.

Clima ameno

O papel dos oceanos na regulação do clima da Terra ocorre porque eles aquecem e resfriam muito mais lentamente do que a atmosfera, devido às propriedades da água.

A distribuição de calor propiciada pelos oceanos permite a existência de temperaturas amenas com flutuações moderadas, viabilizando a sobrevivência na Terra.

Além disso, embora menos citados que as florestas tropicais, os oceanos também tem um papel crucial em relação ao efeito estufa, pois são responsáveis pela absorção de 25% do total de emissões de gás carbônico realizadas pelo homem.

Por meio da fotossíntese, os oceanos removem gás carbônico e lançam oxigênio na atmosfera. Isso porque organismos como as algas também realizam fotossíntese. O oxigênio produzido por elas passa para o ar porque, quando há gás demais na água, ele extravasa para a atmosfera. Portanto os oceanos são os grandes pulmões do mundo.

Saiba mais sobre unidades de conservação e sobre a Lei do Mar