Notícias
Se mantenha informado sobre nossas ações
marco tanaka
  j \d\e F \d\e Y  

COP28 colocou a eliminação dos combustíveis fósseis no centro da agenda, mas texto final ainda não é firme o suficiente para garantir esse compromisso no prazo necessário

Diretor executivo da SOS Mata Atlântica faz balanço da conferência e destaca a participação brasileira: “Brasil mostrou que pode ter influência e, mais do que isso, propostas a apresentar”

13 de dezembro de 2023

A Fundação SOS Mata Atlântica participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), em Dubai, com debates e evidências ressaltando a importância da restauração florestal, do desmatamento zero e da recuperação do bioma para o enfrentamento da crise do clima. Para o diretor-executivo Luís Fernando Guedes Pinto, o evento trouxe avanços importantes, mas aquém do necessário para a garantia de um futuro climático seguro. 

“A conclusão mais importante é que permanece o compromisso dos países em limitar suas emissões de gases de efeito estufa para chegar a um aquecimento do planeta de apenas 1,5°C. A eliminação dos combustíveis fósseis foi um tema central. O texto final, assinado pelos quase 200 países que participam da Convenção-Quadro do Clima da ONU, ainda não é firme o suficiente para garantir isso no prazo necessário, mas coloca a questão no centro da agenda internacional. Ainda não atingimos o devido grau de ambição, porém já temos desenhado um mapa do caminho para conversar sobre isso”, avalia.

Ele destaca também a criação do fundo climático de perdas e danos. “Os recursos ainda são tímidos, mas é um marco para os países que já estão sofrendo ou vão sofrer com as mudanças climáticas. Outra discussão que ganhou protagonismo foram os sistemas alimentares resilientes, na qual o Brasil pode ter grande liderança”, completa.

Luís Fernando (segundo, da direita para a esquerda) participa de evento no pavilhão do Brasil na COP28. Foto: Fernando Donasci.

Por outro lado, o diretor ressalta o fato de que os compromissos firmados estão aquém do necessário e, da mesma maneira, as ações implementadas costumam ficar distantes do que é acordado. “Por isso é crucial que a sociedade civil continue atuando, cobrando e exigindo metas cada vez mais ambiciosas e que possam ser implementadas para garantir um futuro climático saudável para o planeta. Do contrário, as consequências serão catastróficas e muito desiguais para as diferentes populações do mundo e do Brasil.”

No que se refere à participação brasileira, Guedes Pinto acredita que a COP28 assinalou o retorno do país a uma posição de destaque nas discussões socioambientais globais. “O Brasil mostrou que pode ter influência nesse processo e, mais do que isso, tem propostas a apresentar, como o mecanismo inovador para a conservação de florestas em todo o planeta sugerido pelo governo federal”, diz. 

Para Afra Balazina, diretora de Mobilização da SOS Mata Atlântica, a diplomacia brasileira se mostrou muito aberta a conversar, a informar e também a ouvir a sociedade civil. “Entre as demandas que levamos ao governo está a de, na revisão da sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês), o país voltar a incluir uma meta para a restauração de florestas”, afirma ela.

Integrantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas em encontro com a sociedade civil em Dubai. Foto: Afra Balazina.

COMPARTILHE

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não utilizaremos suas informações de contato para enviar qualquer tipo de SPAM.

NOTÍCIAS RELACIONADAS