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Pesquisas comprovam como meio ambiente promove a saúde da população

13 de maio de 2019

Estudo em desenvolvimento pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein demonstra que até mesmo o contato indireto com a natureza melhora a saúde

A Fundação SOS Mata Atlântica realiza na próxima terça (14), em São Paulo, o evento Saúde e Mata Atlântica – a importância do meio ambiente para o bem-estar humano. Especialistas, como o médico patologista Paulo Saldiva e a pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Eliseth Leão, falarão sobre como a conservação das florestas pode ser um elemento de promoção da saúde.

Eliseth apresentará algumas teorias e estudos que comprovam cientificamente os benefícios da natureza para a redução do estresse e da depressão – e como o contato com ela pode alterar o estado de ânimo. “As pessoas já sabem que a natureza faz bem, como quando dizem querer ir à praia em situações de estresse, mas alguns tendem a achar que é algo muito pessoal e sem evidência científica“, afirma ela.

Um estudo coordenado por Eliseth no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein tem demonstrado como o contato com a natureza, mesmo que indiretamente, por imagens, também ajuda a melhorar o ânimo das pessoas. Na primeira fase da pesquisa, mais de 28 mil avaliações de imagens de natureza com foco no bem-estar foram validadas a partir de uma questão simples. Os pesquisadores queriam saber se, ao olhar imagens do mar, por exemplo, as pessoas sentiam o mesmo quando olhavam para uma de pássaro ou flor. Os resultados parciais obtidos comprovam que as impressões são diferentes. “Cada elemento da natureza tem potenciais diferentes. Alguns produzem sensação de beleza e outros de paz“, resume ela.

A partir destas imagens, os pesquisadores criaram um vídeo que é apresentado a pacientes durante sessões de quimioterapia. Os dados que estão sendo analisados na segunda fase do estudo, a partir do trabalho com 78 pacientes, mostram que o estado de ânimo deles no momento que começam a receber o medicamento melhora após a visualização do vídeo. “Já foi possível notar que os aspectos negativos de preocupação e ansiedade são inibidos e os positivos, de tranquilidade, são aumentados. Espero que esta tendência seja mantida com o final do tratamento dos dados. Os detalhes deste estudo mostrarei no evento“, destaca Eliseth.

Paulo Saldiva, que também será um dos palestrantes, corrobora as afirmações da pesquisadora. Segundo ele, as pessoas não passam indiferentes por uma floresta. Quanto maior a exposição à natureza, menor o risco de infecções, maior a taxa de recuperação e menor o tempo para a alta de um paciente. “Ao termos contato com a natureza percebemos que há uma afinidade com ela, algo que enxergamos, pois foi imprintado em nosso genoma por milhares de anos de evolução“, informa ele.

Saldiva apresenta um dado da Universidade de Barcelona que comprova como a natureza não apenas conforta psicologicamente, mas, também, aumenta o cérebro de crianças e a produção de substâncias que reduzem inflamações e melhoram a imunidade.

O especialista participará do evento de forma remota, mas apresentará importantes informações que relacionam a natureza – ou a falta dela – com a propagação de doenças infecciosas, transmitidas por micro-organismos e causadas por agentes externos, e de doenças crônico-degenerativas, produto do envelhecimento precoce de estruturas vitais do corpo.

Para ele, crises como a epidemia de febre amarela podem ter origem na expansão das cidades, que fazem as pessoas viverem em ambientes onde circulam agentes infecciosos – geralmente hospedados em animais silvestres e têm vetores como mosquitos. “A exploração irrefreada do solo urbano e a grilagem de terra, legalizada por decisões políticas inconsequentes ao longo dos anos, fizeram com que pessoas tivessem contato com mosquitos que normalmente só circulam no ambiente silvestre. Existem vários exemplos de doenças que sofreram o processo de exportação de ambientes silvestres para o contato nas cidades“, finaliza.

O painel Saúde e Mata Atlântica acontecerá durante a programação do Viva a Mata 2019, na Unibes Cultural. Realizado há 15 anos, o evento comemora o Dia da Mata Atlântica e este ano promove uma série de eventos durante todo o mês de maio. Inscrições no site da SOS Mata Atlântica. O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas.

“Muita gente sabe dos impactos causados pela degradação ambiental e como isso afeta a vida das pessoas, e alguns desastres recentes comprovam isso. Mas o que pouca gente sabe é como passar um tempo ao ar livre, principalmente em áreas verdes, traz não apenas benefícios ao bem-estar, como tranquilidade, mas também à saúde. É isso que queremos mostrar e resgatar a relação positiva entre as pessoas e o meio ambiente“, afirma Erika Guimarães, bióloga e especialista em Áreas Protegidas da Fundação SOS Mata Atlântica.

O Viva a Mata 2019 conta com o apoio de Bradesco Cartões, Colégio Dante Alighieri, Globo, Latam, Unibes Cultural e das secretarias Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente e Municipal do Verde e do Meio Ambiente.

SAÚDE E MATA ATLÂNTICA – A IMPORTÂNCIA DO MEIO AMBIENTE PARA O BEM-ESTAR HUMANO

Quando: 14 de maio de 2019, das 10h às 13h
Onde: Unibes Cultural – Teatro
Endereço: Rua Oscar Freire, 2500 – Sumaré, São Paulo – SP
Ao lado do metrô Sumaré – opte pelo transporte público
Informações e inscrição: https://www.sosma.org.br/projeto/viva-a-mata/viva-mata-2019/saude-e-mata-atlantica-importancia-meio-ambiente-para-o-bem-estar-humano/
Evento aberto e gratuito
Necessário inscrição prévia

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