O projeto Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica, chega a mais um corpo d‘água do Rio de Janeiro para monitorar sua qualidade. Em parceria com a Associação de Moradores Viva Cosme Velho, Movimento Rio do Rio e ONG Planetapontocom, o projeto contará com a participação de 20 voluntários que analisarão o rio Carioca, em sua Foz, no bairro do Flamengo. No último fim de semana, o grupo realizou a primeira análise da qualidade da água durante sua capacitação para o uso do kit de monitoramento do projeto. O treinamento foi realizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), que monitora outros rios da cidade.
Importante rio da capital fluminense, o rio Carioca traz em seu nome a origem dos nascidos na cidade. Com sua nascente no Parque da Tijuca, ele percorre os bairros de Cosme Velho, Laranjeiras e deságua na Baía de Guanabara, na Praia do Flamengo. Já foi importante fonte de abastecimento de água da cidade, inclusive tendo sua água bombeada de seu curso original para o que é hoje o centro da cidade, atravé de um aqueduto, hoje conhecido como Arcos da Lapa.
“Foi incrível participar deste treinamento. Eu já tinha lido o manual e visto os vídeos. Mas nada como aula pratica. Foi bom para os participantes do grupo se conhecerem e serem apresentados a metodologia. As fichas dos parâmetros são muito bem boladas. Eu sou fã da ‘ciência cidadã’ participativa“, afirmou Maria Lobo, coordenadora do novo grupo.
Devidamente capacitados e instrumentalizados, os voluntários realizarão o monitoramento sistemático e as análises com acompanhamento e supervisão da equipe técnica da ONG, que receberá os dados mensalmente. Outros 11 rios já são monitorados por voluntários no Rio de Janeiro. No último balanço divulgado pela ONG, metade dos pontos de coleta avaliados estavam com qualidade de água regular e o restante em situação ruim. Este resultado mostra que os rios analisados estão piorando sua qualidade da água nos últimos anos.
Nacionalmente, apenas 4,1% dos pontos de coleta avaliados possuem qualidade de água boa, enquanto 75,5% estão em situação regular e 20,4% com qualidade ruim ou péssima. Ou seja, em 96% dos pontos monitorados a qualidade da água não é boa e está longe do que a sociedade quer para os rios. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.