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SOS Mata Atlântica visita o Parque Nacional do Itatiaia

Mais de 30 pessoas da equipe foram ao local para passar "Um Dia No Parque"

8 de agosto de 2023

Neste ano, a equipe da SOS Mata Atlântica fez parte das mais de 120 mil pessoas que resolveram aderir à campanha e passar Um Dia No Parque. Sob o mote de “É hora de cuidar do nosso lar”, mais de 400 Unidades de Conservação montaram programações especiais no dia 23 de julho, incentivando as pessoas a visitarem as áreas protegidas brasileiras.

O local escolhido pela Fundação integra paisagens que são símbolos nacionais, como o Pico das Agulhas Negras, o Vale do Paraíba e a Serra da Mantiqueira. É o primeiro Parque Nacional do Brasil, na divisa entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo: o Parque Nacional do Itatiaia (PNI).

Conhecido pelo seu ecossistema único, que mostra a transição de campos de altitude até a familiar floresta densa e sombreada da Mata Atlântica, o PNI tem uma parceria de longa data com a ONG que defende o bioma, e recebeu mais de 30 colaboradores em sua sede no final de semana da campanha.

Gustavo Wanderley Tomzhinski, analista do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor desta UC, contou toda a história de criação do Parque, seu atual funcionamento e melhorias que foram possíveis graças a apoios como o da SOS Mata Atlântica. Muitos esforços são voltados para tornar o parque mais acessível e visitável por todas as pessoas. “Enquanto nós não entendermos os parques como patrimônios da sociedade brasileira, nós não vamos protegê-los”, defendeu Gustavo.

Para Felipe Cruz Mendonça, recém chegado na gestão do parque, o Itatiaia encanta por fazer sentido para a população do entorno. “As pessoas acompanham o Parque nos conselhos, nas redes sociais, querem saber quantos graus fez aqui”, brincou o gestor, se referindo às baixas temperaturas registradas na parte alta do parque, que fica a mais de 2 mil metros acima do nível do mar.

Vista para o Pico das Agulhas Negras (à direita). Foto: Marina Vieira.

Conhecer para cuidar

Além de dezenas de opções de trilhas em diversos níveis de dificuldade, e além das paisagens de tirar o fôlego, o Parque Nacional do Itatiaia abriga espécies endêmicas – ou seja, que só se encontram ali – como o caso do sapo-flamenguinho, símbolo do local. “A importância de espaços como esse é muito grande para preservar esse patrimônio, essa biodiversidade, para as futuras gerações”, conta Diego Igawa, coordenador de projetos na SOS Mata Atlântica e um dos organizadores da viagem. Ele lembra que o local tem grande para a água também, pois é nascente de vários rios que vertem para o rio Paraíba do Sul, para o rio Grande e outras bacias hidrográficas da região.

Esta foi a primeira expedição em equipe da Fundação após a pandemia e envolveu pessoas de diferentes áreas e diferentes níveis de experiência. “A SOS Mata Atlântica é uma organização ambientalista, mas ela não é formada só por biólogos ou por engenheiros florestais. Existem essas pessoas, mas viemos aqui com o pessoal do administrativo, do financeiro, os que trabalham na manutenção do viveiro. É muito importante para a gente porque as unidades de conservação conversam muito com a nossa missão institucional de inspirar as pessoas na defesa da Mata Atlântica, então ter a oportunidade de vir aqui num espaço como esse e ter essa fonte de inspiração é muito relevante”, relata Diego.

Impressões da equipe

Isabela Lanute na parte baixa do PNI. Foto: Ana Beatriz Liaffa.

Muitos presentes estavam conhecendo de perto os campos de altitude, uma fisionomia altamente ameaçada da Mata Atlântica, pela primeira vez. Foi o caso de Isabela Lanute, gestora ambiental que integra o time de educação ambiental. Ela relata:

“A viagem para o Parque Nacional de Itatiaia foi muito importante para mim enquanto profissional da área ambiental, mas também enquanto cidadã. Foi a materialização, eu diria até a humanização do trabalho dos servidores públicos do ICMBio, que é de extrema relevância para a conservação ambiental, mas fica muito evidente que esse trabalho só é possível com a valorização e apoio da sociedade brasileira. Além de poder andar pela Mata Atlântica, em diferentes altitudes, conhecer de perto os Campos de Altitude dos quais tanto falamos para o público nos projetos de educação ambiental, com certeza me fez ter um pouco mais de noção da riqueza desse bioma, que é imensurável”.

E impressões de fora

A SOS Mata Atlântica recebe neste semestre dois intercambistas da Universidade de Oxford, para estágio nas equipes de áreas protegidas e de comunicação e mobilização. Ambos puderam participar da expedição ao Parque Nacional do Itatiaia. 

Pôr do sol na parte alta do PNI. Foto: Kevin Amedik.

Para a engenheira Marta Stangierska, a viagem serviu para aprofundar a compreensão de três camadas que ela considera fundamentais para o funcionamento do parque: conservação da natureza, governança e visitação. “A necessidade de conservação da natureza era óbvia para nós, dada a espetacularidade do parque, com suas vistas deslumbrantes e ecossistema único de duas camadas. O encontro com os funcionários do parque nos proporcionou uma perspectiva única sobre os sucessos do parque em obter direitos legais sobre as terras conservadas, bem como os desafios que enfrentam. Foi aí também que a importância da parceria entre a SOS Mata Atlântica e o parque se tornou extremamente relevante”, conta.

“Foi uma experiência fenomenal, e desenvolvemos uma profunda apreciação pelos esforços feitos na preservação e gestão da beleza natural e do equilíbrio ecológico de Itatiaia”, completa.

Para o estudante de geografia Kevin Amedik, o ponto alto foi observar a transição na vegetação entre as partes baixas e altas do parque. “A paisagem da parte inferior, em alguns momentos, parecia estar em um mundo completamente diferente daquela que vimos na parte superior, apesar de fazerem parte do mesmo bioma”, observa. 

“A viagem a Itatiaia é algo que nunca esquecerei, especialmente pelo impressionante pôr do sol que tivemos a sorte de observar acima das nuvens e da floresta, enquanto descíamos da parte alta do Parque!”, lembra o estudante.

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